Quando iniciamos um relacionamento sempre chega um ponto em que imaginamos como será o futuro dele e aos poucos, conforme a intimidade vai aumentando, começamos a realinhar nossos planos de vida incluindo a outra pessoa. Esse começo de paixão é muito gostoso, queremos gastar o máximo de tempo livre juntos, é sempre uma manha na hora de se despedir, o sexo é uma loucura e coisas banais como ir no supermercado, por exemplo, se tornam deliciosamente prazerosas ao lado do futuro-provavel-namorado. As garotas mais emotivas e sonhadoras já vão criando expectativas enormes e às vezes intervindo diretamente para que este caso se defina. Ou vai ou racha. As mais desencanadas vão deixando rolar, sem pressa, mas mesmo assim sem esconder que tem interesse e disposição para continuar dirigindo nessa estrada que nenhum dos dois sabe onde vai dar. Ok, nossos affairs começam sempre com o ponto de interrogação: pode dar certo ou não, é um chute no escuro.
Porém o problema é quando vc sabe logo de cara que o relacionamento vai ter prazo de validade. Os motivos podem ser muitos: ou o estilo de vida dele é totalmente diferente do seu, ou ele mora longe e não há probabilidade de nenhum dos dois se mudar, ou ou ele tem data marcada pra estudar no exterior...enfim, motivos não faltam. A meu ver, o casal tem que ter diferenças pra se completarem e dar tempero ao namoro. Mas diferenças pequenas. Cada um tem sua balança para pesar o que se trata uma diferença pequena de uma grande. O fato é que às vezes vamos conhecendo essa pessoa incrivelmente interessante, e no meio do caminho surge um entrave. Ou o problema da distância, ou o problema da diferença GG.
A distância pode ser contornada se o casal tiver muita, mas muuita força de vontade. Mas no caso da diferença GG, é um chute no claro, e um chute que vc sabe que não será gol, por mais que vc queira. Mas fora esse pequeno-grande detalhe, todo o resto é absolutamente sensacional, os gostos, interesses, o senso de humor, a tal da química que é essencial, as longas e deliciosas conversas nas quais vc acha que passou 10 min, olha no relógio e vê que tá ali há horas. Mas este obstáculo, pode ser decisivo na hora de definir o futuro da relação. Pode ser uma religião, um objetivo de vida incompatível, por exemplo vc quer crescimento profissional e se dedica ao trabalho de corpo e alma, enquanto ele acha que só ter uma casinha num lugar tranquilo e o suficiente pra comer já tá bom, obrigada. No começo fechamos os olhos pra esse detalhe, fingimos que ele não esta ali, mas mais cedo ou mais tarde teremos que nos deparar com ele, e não é nada fácil. Esse é o momento crucial que estou vivendo. E agora, tocar o foda-se que nem o Fernando Pessoa e dizer que "eu não quero ter razão, eu quero é ser feliz" e aproveitar até onde puder ou me encher de ceticismo e abortar este sentimento antes que cause problemas maiores? Lidar com este prazo de validade iminente não é fácil, porque quanto mais tempo for feliz agora, mais vai sofrer quando ele terminar. A felicidade compensará o dano posterior? Mas praticar esta eutanásia afetiva é cruel demais. Sofrer por antecipação também.
Deus e suas linhas tortas que são indecifráveis por nós, que sempre temos que andar cambaleando em cada curva e sem poder ver a estrada que Ele nos coloca à frente.
Porém o problema é quando vc sabe logo de cara que o relacionamento vai ter prazo de validade. Os motivos podem ser muitos: ou o estilo de vida dele é totalmente diferente do seu, ou ele mora longe e não há probabilidade de nenhum dos dois se mudar, ou ou ele tem data marcada pra estudar no exterior...enfim, motivos não faltam. A meu ver, o casal tem que ter diferenças pra se completarem e dar tempero ao namoro. Mas diferenças pequenas. Cada um tem sua balança para pesar o que se trata uma diferença pequena de uma grande. O fato é que às vezes vamos conhecendo essa pessoa incrivelmente interessante, e no meio do caminho surge um entrave. Ou o problema da distância, ou o problema da diferença GG.
Deus e suas linhas tortas que são indecifráveis por nós, que sempre temos que andar cambaleando em cada curva e sem poder ver a estrada que Ele nos coloca à frente.
Um comentário:
Ok, vamos lá.
A felicidade compensará o dano posterior? Sim, com certeza (assim: separado e com M, do jeito certo mesmo). Uma vez tu já me disse que fundamental mesmo é o amor. E não importa o quão breve ele seja. Tu abrir mão de momentos de felicidade pela suposição de que isso venha a ser interrompido não faz sentido, visto que nada te garante que vai ter outro motivo de felicidade substituto para aquele mesmo momento. Na minha opinião, todos os relacionamentos deveriam ter prazo de validade. Sabe por quê? Porquê aproveitaríamos cada instante de uma forma extremamente cautelosa, no sentido de viver tudo de bom que podemos, porque sabemos que logo logo acaba, principalmente quando a gente se diverte ;). I mean, a partir do momento que duas pessoas estabelecem pra si aproveitar ao máximo e da melhor forma possível o tempo que têm juntas, não vai ter espaço pra aqueles itens ruins e problemáticos que tendem a reduzir as expectativas das pessoas envolvidas e gerar dúvidas e second thoughts, ou seja, manter o relaciomento bom, saudável e feliz vai estar entre as prioridades de ambos e o que acontece? Os envolvidos são/estão tão felizes nesse meio tempo e quando vêem, chegou na data limite do prazo de validade. Daí a gente senta e conversa. E descobrimos que podemos criar um termo aditivo, no qual ambos os envolvidos concordam em estender um pouco mais o prazo de validade, porque tudo correu muito bem até aqui. E assim o fazem. E começa um círculo vicioso. Cheio de aditivos. O lado bom? O lado mais do que bom de um relacionamento assim é que ele não sofre das expectativas de uma vida inteira. Porque tu tem que concordar comigo que uma "vida inteira de felicidade, entrega, cumplicidade, parceria, whatever" é muita responsabilidade pra qualquer pessoa. Duas pessoas concordam em estar juntas e, a partir de um momento, fazem planos, ou não. Ou uma faz pelas duas. Ou as duas fazem planos completamente diferentes, mas quando tem aquele sentimento de "it's worth it", a gente se entrega, mete a cara e faz dar certo. Mas fazemos isso por nós mesmos, porque queremos, não porque alguém conta com a gente para isso. Obstáculos existem até antes de um relacionamento ser definido como tal. Sempre tem aquela pulga atrás da orelha que briga com as borboletas no estômago e faz da nossa vida um inferno. Pelo menos por alguns segundos, até quando a gente se dá conta de que o que for pra ser vai ser. No matter what.
Um dia no futuro talvez a gente compreenda as linhas tortas, mas somente quando o passado tiver deixado claro à quê ele veio.
Ah, e eu quase ia me esquecendo. Até a guria mais desencanada está sujeita a se apaixonar. E quando isso acontece, ela passa imediatamente para o grupo das sonhadoras. Afinal, gente só não sonha com quem não mexe com a gente. A dream is a wish that your heart makes, remember?
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