O jeito com que vc se esquiva das
perguntas pessoais. O seu interesse em saber de toda minha árvore genealógica. Tua
ortodoxia quando prepara café da manhã. Em como se alimenta. Nos produtos
orgânicos e na preocupação com os açúcares e triglicerídeos. A vontade de ter
vivido uma vida inteira contigo. E viajado pra todos cantos contigo. A angústia
de não saber o que pensa nos momentos de silêncio. Ou o que quer dizer sobre. A
minha vã tentativa de entender estas reticências. As tuas críticas ao marketing
duvidoso dos donos de restaurante manézinhos. A frieza com que você sempre se
despede. Os SMS despretensiosos pra dizer q pensa em mim. A barreira invisível das
fitas de isolamento que tu cola ao teu redor pra dizer q teu coração tá
interditado. Delimitando espaço. Restringindo intimidade. Do cheiro da tua nuca
quando. A marca que eu deixo no teu ombro quando. A minha aflição de não saber
porque um cara tão foda dedica tanto tempo pra uma pessoa tão meia-boca como
eu. O meu desespero de não saber como me vestir pra andar do teu lado. Na
dúvida, vou de Samy mesmo. E foda-se. O pedreiro
que existe em vc e aflora sempre que. A serenidade com que trata a vida e a
minha inveja de não tê-la. Ainda. A minha irritação por não conseguir imaginar
um futuro contigo por não ser capaz de tirar sozinha as tuas fitas isolantes. E
de não saber se nossos planos um dia serão os mesmos. E de não ser capaz de captar
se meu apreço é correspondido proporcionalmente ao. O teu prazer em me levar
pra lugares que eu nunca. Os teus elogios guardados em forma de olhares. O
desconforto que sinto no teu apartamento tão grande. Os teus pontos de vista
quase sempre iguais aos meus sobre. A confusão de sentimentos q vc provoca em.
-As ideias já estão ajustadas à reforma ortográfica-
terça-feira, fevereiro 26, 2013
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